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Didática
Didática

UMA DIDÁTICA PARA UMA PEDAGOGIA DA PRÁXIS CRISTÃ

 

Raimindo Nonato Ferreira da silva[i]

 

Introdução

O professor de Escola Dominical é alguém que apesar de ensinar, encontra-se num constante processo de aprendizagem pedagógico, psicológico, sociológico, teológico, etc. a conscientização destas necessidades junto com a busca do aperfeiçoamento, é fator crucial no alcance dos objetivos da Escola Dominical.

Foi pensando nestas verdades e diante do compromisso de ministrar palestra que resolvemos juntar alguns conteúdos extraídos de várias leituras e estudos realizados tanto em livros teológicos, como em outros materiais que foram pesquisados durante a faculdade de Licenciatura Plena em Pedagogia que cursamos por um príodo de 4 anos em regime presencial na Faculdade Estadual de Ciencias e Letras de Campo Mourão – PR. Esperamos que, com a graça de Deus, seja este humilde trabalho uma ferramenta capaz de despertar em cada um de nós uma reflexão profunda sobre o nosso papel, enquanto cristão, que muitas vezes tem o privilégio e a oportunidade de fazer uso da Bíblia, seja pregando ou ensinando as verdades contidas na Santa e Bendita Palavra de Deus.

Além dos métodos corretos é precisos que o professor ou o obreiro cristão em geral, tenha também duas outras coisas: a mensagem dada por Deus, e a vida vibrante pelo Espírito Santo. O mestre Jesus tinha as três coisas: método (que comunica), mensagem (que envia) e vida (que conserva).

“Você pode preparar um trabalho, um sermão, um estudo bíblico, a lição bíblica, etc., com todo carinho, esforço e boa vontade, mas somente Deus pode dar a mensagem cheia de vida espiritual.” (Antonio Gilberto).

 

O que é pedagogia

 

        É o conjunto sistemático de conhecimentos sobre o processo educativo do indivíduo. É na prática, a ciência e a arte de ensinar e educar.

        É a ciência que investiga minunciosamente as necessidades educacionais de uma sociedade.

        É um campo do conhecimento que investiga a natureza das finalidades da educação numa deteminada sociedade.

        Pedagogia é um substantivo feminino que se divide em duas partes:

Ø  Peda = condutor = levar a criança do ambiente natural (casa);

Ø  Gogia = instrução = ao lugar do conhecimento (escola).

 

            Portanto o pedagogo é aquele que conduz o indivíduo pelo caminho do conhecimento, isto é, o professor.

 

As duas faces da pedagogia

 

        Pedagogia como ciência = obedece leis e princípios técnicos e experimentais.

        Pedagogia como arte = porque suas regras são práticas e exeqüíveis (que se pode executar) na execução do processo educacional. se refere a criatividade no uso dos métodos pelo professor.

 

Os objetivos da Pedagogia

 

        Ensinar = transmissão dos conteúdos realizada pelo professor com o objetivo de educar o aluno.

        Educar = É receptividade, assimilação e prática dos conteúdos ministrados pelo professor por parte do aluno.

 

Características da pedagogia

 

        Sua abrangência: Abrange a todos os processos e técnicas de ensino e aprendizagem para alcançar o educando, partindo das leis psicológicas que regem o desenvolvimento mental e o comportamento do ser humano desde a infância.

        Sua dinâmica: a pedagogia como ciência e como arte está envolvida num processo dinâmico de desenvolvimento e adequação.

 

O que é didática

 

        É a arte e a ciência de ensinar.

        Didática como arte está relacionada aos métodos, maneiras e modus que o professor se utiliza para ministrar o ensino.

        Didática como ciência está relacionada com a pesquisa, estudo e investigação.

        É a teoria da instrução e do ensino:

 

Diferença entre instrução e ensino

 

        Instrução está relacionada à pessoa que é instruida, isto é, que tem conhecimento (teoria).

        É a atividade de assimilar conhecimentos sistematizados  e ao desenvolvimento de capacidades cognitivas.

        Ensino tem haver com educação (prática).

        É a atividade docente, ou seja, o professor atuando na organização, planejamento, direção e avaliação da atividade educativa;

        Diante deste dois pontos de vistas conclui-se que, um indivíduo pode ser bem instruído, porém mal educado.

         

Diferenças entre pedagogia e didática

 

        A pedagogia investiga a natureza das finalidades da educação como processo social no seio de uma determinada sociedade.

        Enquanto que a didática investiga as condições e as formas que vigoram no ensino e ao mesmo tempo, os fatores reais (sociais, políticos, culturais, psicossociais e espirituais) condicionantes das relações entre a docencia e a aprendizagem.

 

O que é ensino

 

            Ouve tempo em que ensinar era sinônimo de transmitir conhecimentos. O bom aluno era aquele que conseguia memorizer tudo ou quase tudo que o professor ditasse. Hoje sabemos de outros métodos de ensino que dão melhores resultados.

            Ensinar é despertar e guiar o raciocínio do aluno para que ele mesmo descubra a verdade que se deseja transmitir. Só há ensino quando há aprendizagem, e só há aprendizagem quando o aluno compreende e põe prática aquilo que lhe foi ensinado.

Uma perspectiva equilibrada de ensino: o conhecimento é construído através da interação do professor, conteúdo e aluno.

 

 

Método de ensino

 

Resumidamente, métodos são ações do professor no sentido de transmitir o ensino aos alunos.

Cada lição tem um alvo ou propósito, um lugar onde o professor espera que o aluno chegue ao fim da aula.. O professor atinge este alvo percorrendo o ciclo de estilos de aprendizagem e usando uma variedade de métodos.

No entanto, é preciso ter cuidado na escolhas dos método a ser aplicado, levando sempre em conta que  são os alvos da lição que determinam os métodos adequados, e não o contrário.

 

“O ÚNICO MÉTODO RUIM É AQUELE QUE VOCÊ USA TODA SEMANA

 

Bons métodos de ensino fazem uso de nossos sentidos, especialmente nossa habilidade para aprender, OUVINDO, VENDO e MOVIMENTANDO-NOS. Estes sentidos são chamados de ‘modalidades’, e se referem às nossas sensações.

 

 

O papel do Educador

 

 

Se pesquisarmos um pouquinho a respeito do papel do educador, veremos que ele varia de acordo com a linha teórica esposada por cada autor.

Para uns, o educador deve ser um modelo de competência e incentivador da aprendizagem; para outros, um consultor e organizador de situações; para outros, um controlador da aprendizagem e manipulador de comportamentos; e ainda, para outros, um facilitador da aprendizagem e estimulador da socialização.

Colocamos todas essas características, para que tenhamos condições de responder à pergunta: que tipo de educador tenho sido eu, enquanto professor da Escola Dominical?

Um modelo de competência? Um consultor? Um manipulador de comportamentos? Um facilitador da aprendizagem? E assim por diante. A resposta poderá ser: Nenhum; ou às vezes, um, às vezes, outros; ou, Um pouco de cada coisa.

Mais importante do que a resposta que possamos dar à pergunta, é a reflexão que fazemos, enquanto a procuramos. É da reflexão que nasce a consciência, e quando estamos conscientes, concedemos a cada coisa o valor que ela realmente tem. E, como falamos de consciência, é importante, então, que cada um de nós se conscientize de que educar, ou ensinar na Escola Dominical, longe de ser uma tarefa de somenos importância, é uma missão. Uma missão que Deus colocou em nossas mãos.

E, para cumpri-la, temos que afiar nossas ferramentas: temos que, a exemplo de Eliseu, fazer o nosso ferro flutuar. Nesse particular, que soe no coração de cada professor, a pergunta uma vez dirigida a Moisés: “Que é isso na tua mão?...” (Ex. 4.2)

Podemos não ter uma formação acadêmica, conhecimentos aprofundados, como gostaríamos de possuir. Talvez não nos sintamos um trabalhador de cinco talentos, nem tampouco de dois, mas devemos trabalhar com esse UM que Deus nos colocou nas mãos. Jamais enterra-lo.

E ainda que nos falte tudo o mais, temos nas mãos a preciosa Palavra de Deus. Não esperemos ter condições ideais para ensiná-la. Simplesmente a ensinaremos, com a graça que Deus nos der,

Não há templos bonitos e salas de aula confortáveis como gostaríamos? Nosso mestre ensinava num barquinho emprestado, à borda de um poço, à beira-mar, ao ar livre da montanha, na casa de um discípulo, no templo, na sinagoga, ou, simplesmente, enquanto caminhava pelas estradas poeirentas da Palestina.

É Ele o nosso EXEMPLO MAIOR, como o foi de Paulo, que disse: “Sede meus imitadores, como também eu de Cristo” (1Co 11.1); é Ele o nosso Modelo de Educador e sua Palavra a nossa Linha Teórica.

Ensinaremos essa bendita Palavra com a graça que Ele nos der. E nunca negligenciemos a oportunidade de nos adestrarmos para essa tão sublime missão. Lembremos de que sempre é tempo de enchermos as talhas e tirarmos as pedras. O milagre, sem dúvida alguma, Ele fará. Que assim seja..            

 

 

Psicologia Educacional

 

Pr. Raimundo Nonato Ferreira da Silva

 

Introdução

Sendo a Psicologia o que é, uma ciência que estuda a natureza ou personalidade do ser humano, ensinando-nos a analisar seu mecanismo de conduta, vemos ser de grande importância para todos quantos se relacionam com o homem, o conhecimento e utilização dos recursos disponíveis dessa ciência.

 

Partindo de um princípio dedutivo, (isto é, do geral para o específico), chegamos à Psicologia Educacional, uma ramificação da Psicologia. Temos como objeto de seu estudo as características e comportamento do educando e dos processos de ensino-aprendizagem.

 

Para que o professor da Escola Bíblica Dominical obtenha êxito na sua suprema tarefa - ajudar a desenvolver um bom relacionamento entre seu aluno e Deus – destacamos pelo menos três necessidades:

1. Conhecer a Deus/ser nascido de novo/ser salvo

2. Conhecer o que vai ensinar – a Palavra de Deus

3. Conhecer o seu aluno em todos os seus aspectos

Esperamos que através desta matéria possamos contribuir para o desenvolvimento espiritual e intelectual daqueles que estão imbuídos de executar o IDE de Jesus ordenado no Evangelho: Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém! (Mt 28. 19, 20).

  

O aluno

 Bem sabemos que uma das mais claras definições no tocante ao processo de ensino-aprendizagem, é que o professor é aquele que ensina e o aluno é aquele que aprende. O aluno deve ser o alvo central do professor, pois ele – o aluno – é elemento essencial à aula. Se o professor quiser ser bem sucedido no ministério do ensino, deve estudar não somente a lição, mas também o seu aluno – entendemos que sem a figura do aluno não existe aula.

Um bom começo para esse estudo dá-se no momento em que o professor parte do pressuposto de que os alunos são diferentes. É verdade que não existe pelo menos dois alunos totalmente iguais, ainda que sejam gêmeos uni vitelinos.

 

Conhecendo as diferenças de seu aluno

 

Queremos partir do pressuposto de que as diferenças entre alunos são duplas. São diferentes dependendo do grupo de idade, e também dentro do grupo de idade. As características gerais do aluno variam conforme seu desenvolvimento físico, mental, social e espiritual.

Vale lembrar que por mais talentoso que seja o professor, ele só será realmente eficiente no processo de ensino-aprendizagem se conhecer e entender as diferenças individuais de seus alunos.

Vale salientar que o professor jamais poderá preparar bem a lição, se não souber para quem irá ensinar a lição. Eis aqui algumas formas de como conhecer melhor seus alunos:

        Observando-o;

       

 

Visitando-o, para conhecer a atmosfera em que vive;

        Conhecendo sua família, suas companhias, seu trabalho, seus gostos, seus planos de vida e seus problemas;

        Recordando o seu passado como criança;(isto é, o professor);

        Pesquisando em obras especializadas no assunto da Psicologia Educacional.

 

A personalidade humana

 

Podemos chamar de personalidade, o conjunto de atributos e qualidades físicas, intelectuais e morais e espirituais que caracterizam o indivíduo. Os elementos que formam a personalidade são a hereditariedade (características transmitidas pelos pais) e o meio ambiente.

 

Componentes da personalidade

 

Partindo do pressuposto que Deus é um ser pessoal, espiritual, moral e livre, e que fomos criados à sua imagem e semelhança. Conforme os escritos do livro de Gênesis que diz: E disse Deus: façamos o homem à nossa imagem e semelhança;. E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou (Gn 1. 26a, 27). Se Deus é uma pessoa, nós o somos também. A personalidade é o  que caracteriza um indivíduo como pessoa, e isto, é o que nos diferencia dos animais irracionais.

 

A personalidade tem quatro características diferentes:

 

Biótipo ou constituição

Nome dado ao aspecto morfofisiológico do indivíduo. São os aspectos físicos de um indivíduo, isto é, negro ou branco; alto ou baixo; gordo ou magro, etc.

 

 

Caráter

É o aspecto moral da personalidade, é indispensável pela ação, reação e expressão da personalidade. É a “marca” da pessoa. É importante notar que um meio ambiente sadio formará um caráter sadio.

 

ü  Podemos dizer em suma que o caráter:

ü  É um componente da personalidade;

ü  É adquirido, não herdado;

ü  A criança herda tendências, não caráter;

ü  Resulta da adaptação do temperamento às condições do meio ambiente: o lar, a escola, a igreja, a comunidade e o estado sócio-econômico;

ü  Pode ser mudado, mas... não é fácil;

ü  Jesus pode mudar milagrosamente o caráter (2 Co 5. 17) e continuar mudando-o, à medida que nos rendemos a Ele (Rm 12. 2; Fl 1. 6).

 

Temperamento

 

É a característica dinâmica da personalidade, fazendo parte dele também os impulsos ou instintos – forças propulsoras da personalidade. Salientamos que o temperamento e algo inato e capaz de desenvolver-se, é influenciado pelo sistema nervoso e não pode ser mudado. Não obstante sua imutabilidade, sabemos que o temperamento do cristão pode ser controlado pelo Espírito Santo (Rm 8. 6, 13; Gl 5. 22).

No tocante à reação aos estímulos recebidos, inclusive no processo de ensino-aprendizagem, há duas categorias de alunos, de acordo com a funcionalidade do sistema nervoso central, isto é, nervos que transmitem mensagens ao cérebro (chamados nervos sensoriais, pois transmitem mensagens do cérebro) e nervos que recebem mensagens (chamados nervos motores, pois recebem mensagens do cérebro para os músculos e órgãos), sendo tudo isso processos psíquicos, atividade da alma humana.

 

Alunos que obedecem aos centros motores: são impulsivos, eletrizantes, rápidos na compreensão de qualquer coisa, mas também mudam num instante. Apesar de serem rápidos no aprendizado de algo, esquecem tudo ou quase tudo com a mesma facilidade.

 

Alunos que obedecem aos centros sensoriais: são mais observadores que os primeiros, mais sossegados e meditadores. Adquirem conhecimento com menor rapidez, mas conservam-no para toda a vida. Agem com certa lentidão, mas fazem o serviço direito.

 

Vale salientar que todos os professores têm em suas salas de aulas alunos que apresentam essas características. Podemos apresentar essas características de uma maneira diferente, com mais profundidade, isto é, dividindo o temperamento em quatro características diferentes: 


Sangüíneo

 

 

Qualidades

Defeitos

Tendências

§  Comunicativo

§  Destacado

§  Entusiasta

§  Afável

§  Simpático

§  Bom companheiro

§  Compreensivo

§  Crédulo

§  Desanimado

§  Inconstante

§  Indisciplinado

§  Impulsivo

§  Inseguro

§  Egocêntrico

§  Barulhento

§  Exagerado

§  Medroso

§  Vendedor

§  Ator

§  Orador

 

 

 

 

Colérico

 

 

Qualidades

Defeitos

Tendências

§  Enérgico

§  Decidido

§  Independente

§  Otimista

§  Prático

§  Eficiente

§  Líder

§  Audacioso

§  Iracundo

§  Sarcástico

§  Impaciente

§  Prepotente

§  Intolerante

§  Vaidoso

§  Auto-suficiente

§  Insensível

§  Astucioso

§  Produtor

§  Construtor

§  Líder

 

 

 

Melancólico

 

Qualidades

Defeitos

Tendências

§  Habilidoso

§  Minucioso

§  Sensível

§  Esteta

§  Idealista

§  Leal

§  Dedicado

§  Egoísta

§  Mau humorado

§  Pessimista

§  Teórico

§  Confuso

§  Anti-social

§  Crítico

§  Vingativo

§  Inflexível

§  Artista

§  Músico

§  Inventor

§  Filósofo

§  Mestre

 

 

 

Fleumático

 

Qualidades

Defeitos

Tendências

§  Calmo

§  Tranqüilo

§  Cumpridor

§  Eficiente

§  Conservador

§  Prático

§  Líder

§  Pacífico

§  Bem humorado

§  Calculista

§  Temeroso

§  Indeciso

§  Contemplativo

§  Desconfiado

§  Pretensioso

§  Introvertido

§  Desmotivado

§  Diplomata

§  Administrador

§  Professor

§  Técnico

O “eu”

 

É a pessoa consciente de si mesma. É o aspecto espiritual da personalidade. É ele o centro de gravitação estrutura e equilíbrio de toda a vida psicológica.

 

Meio ambiente

 

É o meio em que o indivíduo vive e foi criado, sendo dessa forma fator influente na personalidade. Vários itens abrangem o meio:

ü O lar (a família);

ü A comunidade;

ü O trabalho

ü A escola;

ü A igreja (religião);

ü A literatura ou mídia (boa ou má; construtiva ou destrutiva);

ü

 

O estado social (saúde, físico, economia, alimentação, higiene, emprego ou ocupação, a sociedade, o ambiente freqüentado, regime de vida, as “rodas” ou “grupinhos”, especialmente seus líderes).

 

Controlando e aprimorando a personalidade

 

A experiência demonstra que para se obter êxito nesta batalha – controlar a personalidade – é inútil utilizar-se de credos e meros princípios e práticas religiosas. O emprego para a vitória é a fé em Cristo e a comunhão constante com ele. Na verdade, a vida cristã consiste primeiramente num relacionamento vital com cristo (Jo 15. 5). Ao desenvolver-se tal relacionamento, a personalidade não estará sendo anulada, pelo contrário, estará sendo desenvolvida para agradar e promover a vontade daquele que passou a dominar todo nosso ser (Rm 11. 17; Hb 12. 10; Pe 1. 4).

 

Características dos Grupos de idade

 

Sabemos que a Escola Bíblica Dominical obedece ao agrupamento de alunos por idade, haja vista cada grupo possuir características próprias. Não vamos trabalhar aqui todos os grupos, tendo vista ser direcionado para os grupos a partir dos adolescentes.

 

Adolescentes ou Intermediários (12 – 14 anos)

Palavra descritiva da idade: transição

 

Desenvolvimento físico

Período de muita mudança física, mental e emocional. São inquietos, turbulentos, alternando períodos de grande agitação e outros de profunda melancolia.

 

Desenvolvimento Mental

Abandono das coisas de criança. Está sempre a perguntar o porquê e o como das coisas. São tímidos ao fazerem novas amizades e se sentem incompreendidos. Ainda gostam de heróis, mas agora seus heróis precisam Ter contato com a realidade. nada de super-homens. É ainda nessa idade que a mente atinge o mais elevado período intelectual, na fronteira dos 15 anos.

 

Desenvolvimento Social

Desejo de companhias. Impulsos de independência. Detestam a rotina; querem variedade. Emoções intensas. O sentimento de justiça é muito forte, o que exige cuidado dos pais quanto a aplicação de disciplina.

 

Desenvolvimento Espiritual

É época ideal para serem conduzidos a Cristo. As lições devem Ter aplicação à sua vida diária. Não aceitam as verdades bíblicas só porque o pastor ou o professor as afirmou. O ensino pode ser doutrinário, mas deve ser explicado com a Bíblia na mão.

 

Os Secundários (15 – 17 anos)

 

Têm grandes ideais e desejam ganhar outros para Cristo. É o princípio do despertar dos sentimentos amorosos. As características físicas, mentais, sociais e espirituais, são praticamente as mesmas da idade anterior, porém mais acentuadas.

 

Os Jovens (18 – 24)

 

Palavra descritiva da idade: Independência.

 

Desenvolvimento físico

Vitalidade limitada. O físico atinge o máximo.

 

Desenvolvimento Mental

O jovem gosta de aparecer. Gloria-se no sacrifício e na prática do bem ao próximo, fazendo para isso seus maiores esforços.

 

Desenvolvimento Social

É a época da decisão. Que farei da minha vida? Que profissão adotarei? Com quem me casarei? Buscam satisfação intelectual e não gostam de trivialidades. Têm preocupações financeiras e às vezes com seus familiares.

 

Desenvolvimento Espiritual

Ensinos sólidos sobre a direção de Deus em aspectos da vida humana. Aplicação prática de cada lição. Nessa idade os jovens têm convicções firmes, definidas.

 

  

Adultos (acima de 60 anos)

 

É a idade da reflexão. Chegam à aposentadoria e começam a sentir-se velhos e inúteis. Os filhos não precisam mais deles. Tanto o homem como a mulher necessitam de apoio, compreensão e paciência nesta fase. Precisam ser orientados para não se tornarem murmuradores, críticos e pessimistas. Uma boa terapia é serem orientados para se dedicarem a um trabalho filantrópico ou espiritual na igreja ou na comunidade.

 
 
Conclusão

 

O alvo do verdadeiro professor chamado por Deus não deve ser apenas ensinar, mas principalmente dirigir o processo de ensino-aprendizagem. O objetivo principal deste processo é promover o desenvolvimento e a transformação do educando em todos os seus aspectos.

 

 

iNTRODUÇÃO À TEOLOGIA

Introdução.

 

A Bíblia dá grande enfoque à doutrina, e dela provém o material para seu conteúdo. Ela é enfática em sua condenação contra o falso. Adverte contra as “doutrinas e preceitos dos homens e” (Mt 7. 7; Cl 2. 8); contra a “doutrina dos farizeus” (Mt 16. 12); contra os “ensinos de demônios” (1 Tm 4. 1); Contra os que são “levados ao redor por todo vento de doutrina” (Ef 4. 14). Entretanto se por um lado a Bíblia condena o falso, por outro igualmente exorta urgentemente e recomenda a verdadeira doutrina. Entre outras coisas é para doutrina que “toda Escritura é... útil para o ensino” (2 Tm 3,16). As Escrituras revelam a doutrina como sendo “boa” (1 Tm 4. 6); “sã” (! Tm 1. 10); “segundo a piedade” (1 Tm 6. 3); “de Deus” (Tt 2.10); e “de Cristo” (2 Jo v. 9). Estamos vivendo em uma época em que as doutrinas heréticas proliferam no mundo, empurrando até mesmo as portas da igreja local, confundindo um grande número de salvos, é mister que, na qualidade de pregadores, pastores e professores da Escola Bíblica Dominical nos levantemos como apologistas da Verdade ensinado para a noiva do Cordeiro, “todo o conselho de Deus” (At 20. 27).

 

O que é Teologia.

 

A palavra teologia é traduzida do idioma grego para o português através de dois termos: Theos = Deus + logia = estudo ou ciência. E se refere ao estudo da natureza do Eterno Criador e de suas relações com o universo e com a humanidade. De acordo com o Dicionário Teológico de Claudionor Corrêa de Andrade: “Estudo ordenado e sistemático do Supremo Ser e de seu relacionamento com a humanidade. A teologia tem como base a revelação de Deus que se acha na Bíblia Sagrada. E, em sua sistematização, utiliza-se da lógica e de outras metodologias para fins didáticos” (ANDRADE, 1996, P. 232).

 

Como podemos ver a teologia é de relevante importância para quem está interessado em conhecer com mais propriedade a pessoa de Deus, tendo em vista ser a disciplina que analisa o próprio Deus e seus relacionamentos com o universos e com os homens.

A teologia pode ser classificada em cinco divisões:

 

1  Teologia Exegética: estuda os textos originais da Bíblia;

2  Teologia Histórica: estuda o desenvolvimento histórico das doutrinas;

3. Teologia Bíblica: estuda a teologia do antigo e do novo testamento;

4. Teologia Sistemática: estuda as ramificações da teologia, ou seja, as doutrinas fundamentais da Bíblia;

5. Teologia Prática: estuda as metodologias usadas no estudo e na interpretação da Bíblia.

De acordo com o que foi exposto podemos perceber que o tema em apreço é riquíssimo e vasto, e com certeza não daria para discutir todos esses temas relacionados à teologia, numa apostila do nível da que dispomos, tendo em vista que cada um desses tópicos já foram alvos de pesquisas de diversos escritores que escreveram centenas de livros sobre os temas propostos. Vamos tratar nesse trabalho apenas da teologia sistemática e isso, de maneira bem sucinta.

 

 


O que é Teologia sistemática.

 

A teologia sistemática é o ramo da teologia cristã que reúne as informações extraídas da pesquisa teológica, organiza-as em áreas afins, explica as suas aparentes contradições e, com isso, fornece um grande sistema explicativo das doutrinas fundamentais da Bíblia Sagrada.

Qualquer estudo que expresse o que a Bíblia ensina sobre qualquer assunto, pode ser considerado teologia. É importante considerar a sistematização do estudo, daí a chamada Teologia Sistemática. É uma maneira de facilitar o entendimento do que a Bíblia ensina.

Partindo do pressuposto que a Bíblia é a autoridade final em definir aquilo em que devemos crer. Como diz Charles Hodge: “As idéias obtidas por intuição, por observação ou por experiência são válidas na teologia somente se forem sustentadas pelo ensino das Escrituras”. E nas palavras de Martinho Lutero: “Qualquer ensinamento que não se enquadre nas Escrituras deve ser rejeitado, mesmo que faça chover milagres todos os dias”. Dessas duas idéias nasceu uma das regras mais importantes utilizada pela hermenêutica (ciência que interpreta as escrituras), que afirma: “nunca devemos interpretar a Bíblia Sagrada através das nossas experiências, mas devemos interpretar as nossas experiências através da Bíblia”.

O estudo teológico concentra-se na compilação e na sintetização das passagens bíblicas sobre um determinado assunto. Um aspecto de suma importância no estudo teológico, é a sua aplicabilidade. Nenhum estudo bíblico tem um fim em si mesmo, isolado da vida prática. Embora a teologia se refira mais ao que Deus quer que creiamos e conheçamos, não podemos ignorar o aspecto ético que está ligado mais ao que fazemos. Conforme alguns autores, teoria e prática são indissociáveis no processo de ensino-aprendizagem, isto é, uma não existe sem a outra. Esse processo é denominado de prática-teoria-pratica, ou seja, quando estudo uma determinada teoria já estou exercendo a prática que após ser refletida pela teoria, prossigo para uma prática mais avançada. Todo esse processo é denominado de práxis.

 

 A necessidade de o crente estudar teologia

 

Será que não basta ler a Bíblia regularmente? Por que estudar teologia? Jesus falou da necessidade de ensinarmos os crentes a obedecer a tudo o que ele ordenou (Mt 28.20). Isso inclui interpretação e aplicação do Novo e Antigo Testamento. Cumprir esse mandamento de Jesus é ensinar o que a Bíblia toda nos ensina hoje. Para isso, é necessário compilar e resumir todas as passagens bíblicas sobre um assunto específico. Levaríamos muito tempo para reunir tudo o que a Bíblia diz sobre diversos assuntos. Para isso temos o trabalho de estudiosos que têm feito essas pesquisas de modo aprofundado. Nosso estudo e ensino serão mais efetivos se conhecermos todos os textos bíblicos possíveis sobre os assuntos considerados e resumirmos todo esse conhecimento. É aqui que começamos a ver a importância da teologia sistemática. Essa, portanto, é a razão básica para estudarmos teologia. Além disso, o estudo da teologia nos ajudar a superar os conceitos errados, dando-nos embasamento doutrinário sobre questões polêmicas.

 

Devemos estudar teologia com oração.

 

A Palavra de Deus é discernida espiritualmente. Por isso, devemos orar pedindo a Deus que abra os nossos olhos para podermos ver as maravilhas de sua Palavra (1 Co 2.14; Sl 119.18). Entender a Bíblia é uma virtude espiritual que somente Deus pode nos dar (Ef 1.17-19). A qualidade de nossa vida espiritual depende de nosso estudo teológico e de uma vida de dependência de Deus pela oração. Nisso consiste a nossa comunhão com Deus, pois quando lemos a Bíblia, Deus fala conosco e quando oramos nós é que falamos com Deus e através deste processo é estabelecido o nosso diálogo com o criador.

 

Devemos estudar teologia com humildade.

 

A Bíblia diz que “Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes” (1 Pe 5.5). À medida que aprendemos das Escrituras, devemos ter o cuidado de não nos orgulharmos, assumindo assim uma atitude de superioridade em relação àqueles que não conhecem o que temos estudado. Para evitar o orgulho, devemos associar o conhecimento ao amor (1 Co 8.1).

 

Devemos estudar teologia com a razão

 

Podemos e devemos usar nossa razão para estudar e tirar conclusões do estudo das Escrituras Sagradas, mas nunca fazer deduções que contradiga o que a própria Bíblia diz. Nossas conclusões lógicas podem muitas vezes ser errôneas, pois os pensamentos de Deus são mais altos que os nossos pensamentos (Is 55.8-9). A Bíblia é a essência da verdade, e todo o seu conteúdo é justo e permanente (Sl 119.160). Toda conclusão lógica que tivermos ao estudar teologia, deve estar em harmonia com toda a Bíblia. Caso contrário, nossa lógica está enganada, pois a Bíblia não se contradiz jamais. Até mesmo “porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos” (1C0 14. 33).

 

Devemos estudar teologia com a ajuda de outros.

 

Deus estabeleceu mestres na igreja (1 Co 12. 28; Ef 4. 11). Isso significa que devemos ler livros escritos por teólogos preparados. Conversar com outros cristãos sobre teologia é também uma excelente maneira de conhecer mais sobre Deus (2 Tm 4. 12).

Devemos estudar teologia compilando passagens bíblicas.

 

O uso de uma boa concordância bíblica nos ajudará a procurar palavras-chave sobre determinado assunto. Resumir versículos relevantes e estudar passagens difíceis também ajuda. É grande a alegria ao descobrir temas bíblicos. É a recompensa do próprio estudo. Vale salientar que o Espirito Santo é o autor e interprete da Bíblia. Quando estivermos em dificuldade na compreensão de alguma passagem da Bíblia é só recorrermos a ele em oração e a resposta vai está diante de nós. Bem diferente de qualquer outro autor.

 

Devemos estudar teologia com prazer e alegria.

 

Não podemos estudar teologia de forma fria, pois ela trata do Deus vivo e de suas maravilhas. O estudo da Bíblia é uma maneira de amar a Deus de todo o coração (Dt 6. 5), pois seus ensinamentos “dão alegria ao coração”, são grandes riquezas (Sl 19.8; 119.14). No estudo da teologia somos levados a dizer: “Ó profundidade da riqueza da sabedoria e do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos e inescrutáveis os seus caminhos! Quem conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? Quem primeiro lhe deu, para que ele o recompense? Pois dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre! Amém” (Rm 11. 33 - 36).

 

As fontes da Teologia sistemática

 

De onde vem o material da teologia sistemática? Quais são as suas fontes? O material vem de toda parte, são inúmeras as fontes de onde procedem os seus conteúdos. Devemos aprender de tudo o que nos possa ensinar alguma verdade acerca de Deus e das suas relações com o mundo. As fontes da teologia cristã basicamente são três:

 

Deus

A teologia cristã flui de Deus que é a fonte de onde procede todas as coisas, as espirituais e as físicas, as invisíveis e as que estão patentes. Sendo  Cristo a sua mais perfeita revelação e o tema Central da Bíblia Sagrada. Todas as coisa foram criadas por ele e para ele e subsistem através dele. Todas as coisa tem relação com ele e podem nos ensinar muitas verdades a seu respeito. O Espírito Santo é a principal de Deus nesta dispensação. É o grande responsável pela transmissão da salvação à todos aqueles que aceitarem a Cristo como Salvador e Senhor de suas vidas.

 

O universo

 

O universo é um dos principais frutos da criação de Deus, que serve como fonte de onde emanam rios de conteúdos para a formulação de uma teologia genuinamente cristã. Deus se revela através do universo como prescreve a Bíblia: “Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras de suas mãos. Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite. Não há linguagem nem fala onde se não ouçam as suas vozes. A sua linha se estende por toda a terra, e as suas palavras até o fim do mundo” (Sl 19 .1 –14). Através da criação e da ordem em que estão posta todas as coisas, não deixa dúvida nenhuma em relação a existência de Deus.

O grande problema dos homens em aceitar a existência de Deus é justamente na questão da criação, enquanto os cientistas tentarem provar que o universo é fruto de um “big bang” e que através de processos evolutivos chegou-se ao desenvolvimento atual, não conseguiram ter um visão clara de Deus. Explicar a criação do universo do ponto de vista de Deus é relativamente fácil; mas explicar Deus do ponto de vista do universo é totalmente impossível.

 

A história

A história é uma das fontes de onde procede a teologia sistemática, pois todas as Doutrinas foram formadas através de um processo progressivo, a revelação de Deus não foi imediata em nenhum momento, mas em cada dispensação Deus tratou com o seu povo de uma maneira diferenciada, sempre objetivando se revelar mais claramente aos homens “havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e em muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo filho” (Hb 1 .1).  

 

Os objetivos da teologia sistemática

 

 

Um dos principais objetivos da teologia sistemática é selecionar fatos que nos façam conhecer melhor a pessoa de Deus, as suas relações com o universo, e organizá-los num sistema nacional. O principal fim da teologia sistemática não é criar fatos, mas descobri-los e organizá-los num sistema. Cremos que estudando a teologia, apreender os pensamentos de Deus, aprender das experiências espirituais dos melhores homens que sempre existiram. Deus tem levantado verdadeiros arquitetos espirituais que se utilizam de tudo quanto Deus tem revelado, e de tudo quanto o homem tem experimentado das coisas celestiais para construir o grande edifício da teologia cristã.

 

 

 

A importância da teologia sistemática

 

Através de pesquisas em vários livros sobre o tema, encontramos pelo menos dez ramificações da teologia, que são conhecidas também como as doutrinas fundamentais da Bíblia. Essas doutrinas são chamadas de fundamentais, porque são os fundamentos de toda doutrina tanto do antigo como do novo testamento. Elas trazem agarradas em seu bojo outras doutrinas que fluem do seu escopo.

 

As doutrinas fundamentais da Bíblia Sagrada:

 

 

Doutrina

Conceito

Ramificações

 

Bibliologia

Doutrina das Sagradas Escrituras

Hermenêutica

Exegética

 

 

Teologia

Doutrina que estuda Deus, sua natureza, atributos e suas relações históricas com o homem e com o universo

Criação

Revelação

 

Cristologia

Doutrina que estuda a natureza, nascimento, vida e obras de Jesus Cristo.

Nascimento virginal

Encarnação

Expiação

Substituição

Remissão

Propiciação

 

Paracletologia

 

Doutrina do Espírito Santo

Frutos do Espirito

Batismo com Espirito Santo

Dons Espirituais

Angelologia

Doutrina dos Anjos

Satanás

Demônios

 

Antropologia

 

Doutrina do homem

Espirito

Alma

Corpo

 

Hamartiologia

 

Doutrina do pecado

Queda

Pecado original

O estado atual do pecado

 

 

 

Soteriologia

 

 

 

Doutrina da salvação

Graça

 

Arrependimento

Justificação

Regeneração

Adoção

Santificação

 

Eclesiologia

 

Doutrina da Igreja

Missiologia

História da Igreja

 

 

 

 

Escatologia

 

 
 
Doutrina das últimas coisas

Arrebatamento

Bodas do Cordeiro

Tribunal de Cristo

Grande tribulação

Milênio

Juízo final

Estado perfeito e eterno

 

 

Apresentamos aqui uma súmula das doutrinas fundamentais, isto é, as doutrinas básicas do Evangelho de Cristo. Através deste trabalho queremos analisar somente um simples esboço de cada uma das doutrinas referidas acima.

 

O que é doutrina

 

A doutrina é um conjunto de princípios que, tendo como base as Sagradas Escrituras, orienta o nosso relacionamento com Deus, com a Igreja e com nossos semelhantes.

 

Os objetivos da doutrina

 

O principal objetivo da doutrina bíblica é aprofundar o nosso conhecimento de Deus (Os 6.3). De igual modo, a doutrina visa à perfeição moral e espiritual do ser humano (2 Tm 3.17).

 

Doutrina e costumes

 

Doutrina não é costumes. No entanto a boa doutrina, quando corretamente interpretada, gera costumes bons e sadios. Quanto mais os crentes forem doutrinados, mais os seus costumes conformar-se-ão à Palavra de Deus. Não podemos, portanto, dissociar os bons costumes da doutrina.

 

Diferenças entre doutrina e costumes

 

Há pelo menos três diferenças básicas entre doutrina bíblica e costumes puramente humanos. Como já falamos há costumes bons e maus. A doutrina bíblica sempre conduzirá o crente a bons costumes.

 

Quanto à origem:

Quanto ao alcance:

Quanto ao tempo:

 

A doutrina é divina

A doutrina é geral

A doutrina é imutável

 

O costume em si é humano

O costume em si é local

O costume em si é temporário

 

A doutrina bíblica gera bons costumes, mas bons costumes não geram doutrina bíblica. Existem igrejas que tem um somatório imenso de bons costumes, mas quase nada de doutrina. É a doutrina que nos dá o verdadeiro alicerce espiritual contra todas as armadilhas de satanás.

 

Três classes de Doutrinas:

 

No escopo doutrinário da Bíblia Sagrada encontramos três classes de doutrinas, onde uma é sublime e santa. As outras duas são perniciosas e prejudiciais a vida espiritual do povo de Deus.

 

Doutrina de Deus (Pv 4.2; Mt 7. 28; Lc 4. 32; Jo 7. 16; At 2. 42; 13. 12; Tt 2. 1).

 

A doutrina de Deus é de suma importância para o enlevo e desenvolvimento espiritual dos crentes e é bem fácil de ser compreendida, basta que estudemos apalavra de Deus com humildade e sinceridade de coração e o Espírito Santo que é o seu real interprete abrirá a nossa mente para compreendermos todos os desígnios de Deus inseridos na sua Palavra.

 

 


Doutrina dos demônios (1 Tm 4. 1).

 

Essa doutrina é fácil de ser percebida, pois é totalmente contrária a doutrina de Deus. A Bíblia é um livro místico, isto é, espiritual e, é por isso que a Hermenêutica (ciência da interpretação das escrituras) impõe limites em relação à exageros. Tudo o que ultrapassa os limites da palavra é espiritismo.

 

Doutrina dos homens (Jr 23. 16; Mt 15. 9; 16. 12; Cl 2. 22; Tt 1. 14).

 

A doutrina dos os homens é a mais complicada de ser compreendida, pois é uma mistura da doutrina de Deus, doutrinas demoníacas e Filosofias humanas. Existem homens que são profissionais em criar novas doutrinas, isso porque não tem compromisso sério com a verdadeira doutrina de Deus.

 

Mas do que nunca a Igreja destes últimos dias precisa estudar a doutrina, os pastores, pregadores e professores da Escola Bíblica Dominical precisam ser verdadeiros apologistas da verdade, fechando totalmente as portas da Igreja para as doutrinas dos demônios e dos homens.

 

A necessidade da doutrina para o crente

 

A necessidade da doutrina está baseada no fato de que o rebanho do Senhor está rodeado de vários perigos espirituais. Sendo que hoje em dia, é mister não somente doutrinar nossas igrejas; convém fazê-lo usando todo o potencial das Escrituras. A ausência do ensino de doutrinas específicas tem tornado as nossas igrejas espiritualmente pobres e as deixado à mercê dos falsos mestres que infestam o mundo de hoje com suas doutrinas norcivas.

 

A doutrina bíblica proporciona-nos a salvação em Cristo.

 

Paulo instruiu ao seu jovem filho na fé: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina: persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem” (1 Tm 4. 16). 

A doutrina bíblica santifica-nos

 

Senhor Jesus Cristo exortou aos discípulos e a sua geração à conhecerem a Verdade, pois somente ela tem o poder de libertar o homem da sua vida pregressa (Jo 8. 32). E em sua oração sacerdotal, expressou-se referindo-se ao poder santificador da Palavra de Deus: “ Santifica-os na Verdade a Tua Palavra é a Verdade” (Jo 17. 17).

 

A doutrina bíblica torna-nos sábios

 

Timóteo o discípulo de Paulo, por causa do discipulado que recebeu de sua mãe, Eunice, e de sua avó, Lóide, se tornou um dos maiores obreiros do Novo Testamento, ao ponto de ainda jovem ser considerado um grande sábio (2 Tm 3. 15). A doutrina bíblica é de suma importância para o nosso crescimento na vida cristã. Sua necessidade pode ser constatada tanto coletiva quanto individualmente.

 

O perigo das falsas doutrinas:

 

Uma das atividades prediletas do diabo é subtrair a Palavra de Deus (Mt 13.19), inclusive no púlpito, onde, muitas vezes é substituída por outras coisas de menos importância.O Diabo é autor e inspirador de todo ensino falso (1 Tm 4. 1) e perversão dos verdadeiros (2 Pe 3. 16).

 

A arma exata contra o erro e a mentira é a Verdade divina quando conhecida e aplicada. É por ela, mediante o Espírito Santo, que discernimos entre a verdade e o erro. Entre o falso e o verdadeiro.

 

 


Conclusão

 

Vivemos numa sociedade cada vez mais cética para as verdades de Deus. Há uma crença filosófica de que não se pode chegar a conclusões finais sobre nada. É aquela idéia de que tudo é relativo e nada é absoluto. Quando estudamos teologia, devemos ousar enfrentar essas idéias e não temer fazer afirmações categóricas a partir da Bíblia – A Palavra de Deus.

Além de serem contrários a afirmações conclusivas sobre qualquer assunto, mesmo com base na Bíblia, muitos, no que parece ser um bom argumento, dizem que devemos estudar teologia apenas para tratar dos assuntos que a Bíblia já explicita. A questão é que a Bíblia não fala de tudo que nos envolve, nem poderia, pois muito do que nos interessa hoje, não fazia parte da vida das pessoas nos tempos bíblicos. Por exemplo: O que a Bíblia diz sobre o fumo? Nada. Porque o fumo não fazia parte daqueles dias, como é tão comum atualmente. Portanto, mesmo não tratando especificamente sobre determinados assuntos, a Bíblia tem princípios que se aplicam a tudo. O estudo da teologia e da doutrina se presta também a isso, ver a vida à luz dos ensinamentos da Palavra de Deus – A Bíblia.

Esperamos que através deste trabalho possamos contribuir para o vosso enlevo espiritual, pois entendemos que só existe uma maneira de o crente crescer espiritualmente, é através do estudo das doutrinas pertinentes à Bíblia Sagrada. Não falamos nem um décimo do que se tem escrito sobre teologia sistemática. Com o objetivo de ajudá-los a estudar mais sobre o tema incentivamos a buscarem nas referencias bibliográficas mais conteúdos, com certeza bem mais completo e mais compreensíveis que os encontrados aqui.

 


 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

 

ANDRADE, Claudionor Correia de. Dicionário Teológico,CPAD, 4ª Edição, Rio de Janeiro, 1996

ARAÚJO, João Dias – O Ensino da Escola Dominical

 

AYRES, Antônio Tadeu. Como Tornar o Ensino Eficaz. CPAD, 5a.Edição,  Rio de Janeiro, 1999

CABRAL, Arézia L. - A Educação Cristã

 

CASTRO, Miriam Rodrigues de – Apostila de Noções de Psicologia

 

GILBERTO, Antônio. Manual da Escola Dominical, 16a. Edição, CPAD, Rio de Janeiro, 1999·.

 

GONÇALVES, Josué. 37 Qualidades do Líder que Ninguém esquece, Editora. Mensagens para Todos, São Paulo, SP. 2002

 

LA HAYE, Tim – Temperamentos Transformados.

 

LANGSTON, A . B. Esboço de Teologia Sistemática, JUERP, 3ª Edição, Rio de Janeiro, 1999

 

OLIVEIRA, Raimundo Ferreira de, Doutrinas Bíblicas – uma introdução à Teologia, EETAD, 3ª Edição, Campinas. SP, 1995

 

REVISTA MESTRE  da EBD – Jovens e Adulto, 4º Trimestre de 2006, CPAD, Rio de Janeiro

 

SANTOS, Theobaldo Miranda – Noções de Psicologia

 

TAYLOR, C. - A Educação Cristã

 

 



[i] Pr. Auxiliar da Igreja Evangélica Asssembleia de Deus de Camboriú

Dirigente da congregação de Areia Branca.

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